ANTIGUIDADE
O primeiro relato de sexo com
preservativo está na mitologia grega: Minos, filho de Zeus, foi casado com Parsífae
que, por ciúmes, lançou-lhe sobre ele uma maldição: ele ejacularia serpentes,
escorpiões e centopeias matando suas inúmeras amantes. Diz a lenda que
Prócris, com quem teve um caso, teria envolvido o órgão sexual dele em uma
bexiga de cabra. Graças a isso, ela teria evitado o destino fatal reservado às
outras amantes de Minos.
Chineses fabricam uma primeira
versão da camisinha feita de papel de seda com óleos lubrificantes, enquanto japoneses
utilizavam um acessório rígido, funcionando como estojo feito de carapaça de
tartaruga. Mais do que para proteger o coito, servia para proteger o pênis
contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.
IDADE MÉDIA E IDADE MODERNA
No Ocidente sexo era tabu até o
fim da Idade Média. A primeira menção ao preservativo só foi publicada em 1564,
num tratado médico escrito pelo italiano Gabriele Falloppio, anatomista e
cirurgião, descreveu uma capa de linho embebida num líquido feito com ervas e
absinto, chamando seu artefato de De Morbo Gallico.
Isso foi fundamental para a
proteção de doenças sexualmente transmissíveis que assolavam a
Europa, principalmente a sífilis. Aliás, o nome “doença venérea” faz referência
às sacerdotisas dos templos de Vênus, que exerciam a prostituição como forma de
culto à Deusa do Amor. Por este motivo, Shakespeare batizou a camisinha de "Luva
de Vênus" de onde deriva a expressão portuguesa “Camisa de Vênus”.
SÉCULOS XVII e XVIII
Na França do século XVII, o
objetivo principal não era o planejamento familiar, mas a diminuição do número
de filhos ilegítimos, evitando escândalo e problemas financeiros. Já nessa
época, os preservativos (feitos de veludo e seda) eram vendidos de forma
clandestina. Afinal de contas, os representantes da Igreja já condenavam o uso
de instrumentos que burlavam os fins reprodutivos do sexo marital.
Nas ruas parisienses, as
camisinhas eram vendidas clandestinamente. O motivo era religioso: como hoje,
a Igreja Católica pregava o sexo somente para fins reprodutivos do sexo marital
e condenando instrumentos que burlassem outros tipos de relações carnais.
No século XVIII, as liberdades
da Revolução Francesa e as promessas caóticas da teoria malthusiana serviram
para que os preservativos fossem fabricados e comercializados em maior escala.
SÉCULO XIX
Nos EUA, em 1839 Charles
Goodyear descobriu o processo de vulcanização
da borracha, ou seja, a transformação da borracha crua em uma estrutura
elástica resistente, o que permitiu a confecção de preservativos de borracha, grossos
e caros, sendo lavados e utilizados diversas vezes, até que a borracha
arrebentasse. Algumas farmácias comercializavam o produto com garantia de cinco
anos.

SÉCULO XX
No início do século, nas
grandes cidades europeias, lojas especializadas em higiene pessoal começaram a
vender modelos bastante requintados de camisinha: “preservativos perfumados,
com formas e texturas surpreendentes, vendidos com discrição ou muito bem
disfarçados sob a fachada de uma honrosa caixa de charutos Havana”, escreve
Vincent Vidal. Em 1901, a primeira camisinha com reservatório para o esperma
apareceu nos Estados Unidos.
Mas, mesmo com tanta
modernidade, as camisinhas não escaparam de uma nova proibição na França: em
1920, após milhões de mortes causadas pela Primeira Guerra e pela epidemia de
gripe espanhola, proibiu-se qualquer método anticoncepcional, a fim de estimular
a população a ter mais filhos.
Em 1930, as camisinhas passaram
a ser feitas de látex e, enfim, se tornaram descartáveis. No entanto, durante a
Segunda Guerra, a única fábrica de borracha dos Estados Unidos acabou sendo
bombardeada em 1941, durante o ataque japonês a Pearl Harbor.
Com o surgimento da pílula
anticoncepcional, em 1961 e ignorando as doenças sexualmente transmissíveis, as
pessoas abandonaram quase que de vez o preservativo. Para completar, a crise do
Petróleo na década de 1970, faz o preço da borracha sintética disparar.
A camisinha só recuperaria sua
popularidade nos anos 80, de maneira trágica: o surgimento da AIDS obrigou
milhares de pessoas a se curvarem a um novo processo de educação sexual. Para a
geração nascida depois da descoberta do vírus HIV, causador da doença, o
preservativo se tornou um acessório indispensável, embora a camisinha seja posta ainda por
alguns como um limitador da qualidade da relação sexual.
Fontes:
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